quinta-feira, 22 de março de 2012

Hoje fui, a pedido dos meus pais, na reunião de pais e professores da escola do meu irmão mais novo. Vale lembrar que eu também estudei lá até 1996. Na minha época a escola era bem mais "pobrinha" estruturalmente. Hoje tem até ar condicionado nas salas, pra se ter uma idéia. Infelizmente o que cresceu em estrutura, decresceu no que promete ser o "ensino". Informação importante: meu irmão está na sexta série.

Essa reunião era pra apresentar os professores e foi aí que meu queixo caiu. Quando a professora mais coerente é a de EDUCAÇÃO ARTÍSTICA, algo necessariamente está errado.

Tudo começou com a diretora, uma senhora de uns 60 anos, dando um discurso excessivamente longo falando de redes sociais entre outras coisas e enaltecendo o trabalho do "brilhante" grupo de professores que iria se apresentar em seguida. E que apresentação. Um festival de egocentrismo, auto-exaltação e baboseira sem precedentes na minha vida. Tudo bem uma pessoa ser um ignorante completo e não buscar conhecimento. Cada um segue a vida que bem entende. Eu, por exemplo, fui assim por muito tempo e ainda tenho meus freqüentes momentos de ignorância profunda. Entretanto, e isso é o mais importante, eu não me proponho a dar aula de porra nenhuma, muito menos pra crianças. Aquele grupo "brilhante" que estava lá não só é de uma ignorância e uma preguiça magnânimas, como também se acha no direito (e alguns eu imagino que no dever) de passar isso adiante PRA CRIANÇAS.

A primeira a se apresentar foi a professora de matemática. Egocentrismo em nível alto. Nas palavras dela, "eu estou aqui pra fazer as crianças gostarem de matemática". Como se nenhuma criança no mundo na história da humanidade já tenha gostado desta matéria insuportável. Nos EUA as crianças boas em matemática vão pra faculdade com QUINZE anos, mas é lógico que ela ignora esse fato. Até nesse país mequetrefe que a gente vive existem "olimpíadas de matemática". O que ela queria dizer, claramente, é: "eu estou aqui pra ser querida com esses pivetes pra eles me adorarem". Fracasso.

Em seguida, ciências. Eu admito que nessa matéria, hoje em dia, não tem como acertar. Por outro lado, espera-se, no mínimo, que em uma aula de ciências se ensine...bem, ciências! Biologia, química, física, sei lá. Qualquer bosta que seja...CIÊNCIAS! Bom, não é o caso. A professora, que era até gatinha, vai ensinar "moral". Reciclagem de lixo e até um pouco de caridade são os focos da menina. Isso sem contar, é lógico, com o famigerado aquecimento global, lenda na qual só brasileiros ainda acreditam. Fiquei realmente preocupado.

Depois disso veio ensino religioso e algo como "cidadania", uma matéria só, com uma professora que achava que trabalho "voluntário" é voluntário mesmo que seja obrigatório e teve de ser corrigida pelos próprios alunos, história, na qual a professorinha (mais gatinha que a outra) nem falou muita besteira, mas também não falou muito de nada, educação física, que sei lá porque diabos trocaram pra algum nome grande e bizarro relacionado à ortopedia e que eu não lembro mais, educação artística e, finalmente, os dois carros chefes de imbecilidade demente e revolucionária da noite: português e geografia.

O professor de português deu um show. Falou que esse negócio de escrever texto "escrito", entregar pro professor e receber de volta com a nota e as correções é coisa do passado. Ele vai ensinar todos os tipos de texto......pois é, eu também não entendi na hora. Ele explicou: vão fazer textos audiovisuais, textos nas camisetas (note-se: não necessariamente escritos), textos disso e daquilo. Vão aprender qualquer bosta que serve pra uma criança de doze anos tanto quanto um telefone serve pra um surdo, menos a ler e escrever. Pra que tudo isso? Óbvio: pra ser idolatrado pelas crianças, por ser o professor legal que não dá aula, e pra ser idolatrado pelos colegas e superiores e pelos pais, por ser o professor inovador, que traz novas idéias pra aula. Pra confundir com um asno, bastava um chapeuzinho com orelhas e andar de quatro, porque o resto tá tudo dentro do estereótipo.

Quando eu achei que não podia piorar, surge o astro, o magnânimo, o grande imbecil dos imbecis: o professor de geografia. Esse eu nem tenho palavras pra descrever a burrice doentia que habita a mente do sujeito. Em termos práticos, ele falou basicamente a mesma coisa que o asno de português, com a diferença de que eu não fui com a cara dele e sempre achei geografia um saco, mas gostava de copiar e pintar os mapas, atividade responsável pelo pouco — mas ainda vivo — conhecimento dessa matéria que eu ainda tenho. Pois é, esse ser de inteligência inexistente "é contra" pintar mapinha. Pra ele, "existe atlas pra isso, pra consultar quando der curiosidade". Muito lógico. Esse retardado mental disse que vai ensinar os alunos a serem críticos, a questionarem, vai ensinar "porque estamos aqui e pra onde vamos". Em outras palavras: além do egocentrismo patológico, esse doente ainda vai ensinar pra criançada co-mu-nis-mo. E ele ainda falou que tem combinado com a comunistinha de "ciências" um projeto de educação ambiental. Valha-me Deus.

Um festival de horrores do qual eu não pretendo ser testemunha mais uma vez. Espero que até os dias em que eu venha a ter um filho, eu já more em algum país decente ou já tenham, por milagre, aprovado homeschooling no Brasil.

Em tempo: essa escola é particular, se diz católica e tem até nome de Santa. Vejam em que nível de barbaridade encontra-se a educação escolar brasileira. Óbvio que eles só poderiam ser a "escola da região que mais aprova candidatos no ENEM" ou algo que o valha. É triste.

Um comentário:

Otavio Niewinski disse...

Ó: só o fato de hoje em dia precisar ter ar condicionado na sala de aula é uma prova cabal que o aquecimento global existe...